segunda-feira, 12 de julho de 2010

Acabaram-se as chuvas não os problemas.

Apenas lembrando pessoal, as chuvas diminuíram, o rio baixou no entanto os problemas persistem. No Flickr do Eduardo Pascata tem ótimas fotos que ilustram bem esses problema.
Vamos continuar ajudando!

Você é Hands On?

Oi pessoal depois de um bom tempo sumido vai um texto interessante que recebi no grupo da Faculdade infelizmente não tinha a autoria, se alguém souber é só falar que eu coloco os créditos.


Você é Hands On?

Vi um anúncio de emprego. A vaga era de Gestor de Atendimento Interno,
nome que agora se dá à Seção de Serviços Gerais. E a empresa exigia
que os interessados possuíssem - sem contar a formação superior -
liderança, criatividade, energia, ambição, conhecimentos de
informática, fluência em inglês e não bastasse tudo isso, ainda fossem
HANDS ON. Para o felizardo que conseguisse convencer o entrevistador
de que possuía essa variada gama de habilidades, o salário era um
assombro: 800 reais. Ou seja, um pitico.

Não que esse fosse algum exemplo fora da realidade. Ao contrário, é
quase o paradigma dos anúncios de emprego. A abundância de candidatos
permite que as empresas levantem cada vez mais a altura da barra que o
postulante terá de saltar para ser admitido.

E muitos, de fato, saltam. E se empolgam. E aí vêm as agruras da super-
qualificação, que é uma espécie do lado avesso do efeito pitico...

Vamos supor que, após uma duríssima competição com outros candidatos
tão bem preparados quanto ela, a Fabiana conseguisse ser admitida como
gestora de atendimento interno.. E um de seus primeiros clientes fosse
o seu Borges, Gerente da Contabilidade:

Seu Borges:
- Fabiana, eu quero três cópias deste relatório.
Fabiana:
- In a hurry!
Seu Borges:
- Saúde.
Fabiana:
- Não, Seu Borges, isso quer dizer "bem rapidinho". É que eu tenho
fluência em inglês. Aliás, desculpe perguntar, mas por que a empresa
exige fluência em inglês se aqui só se fala português?
Seu Borges:
- E eu sei lá? Dá para você tirar logo as cópias?
Fabiana:
- O senhor não prefere que eu digitalize o relatório? Porque eu tenho
profundos conhecimentos de informática.
Seu Borges:
- Não, não.. Cópias normais mesmo.
Fabiana:
- Certo. Mas eu não poderia deixar de mencionar minha criatividade. Eu
já comecei a desenvolver um projeto pessoal visando eliminar 30% das
cópias que tiramos.
Seu Borges:
- Fabiana, desse jeito não vai dar!
Fabiana:
- E eu não sei? Preciso urgentemente de uma auxiliar.
Seu Borges:
- Como assim?
Fabiana:
- É que eu sou líder, e não tenho ninguém para liderar. E considero
isso um desperdício do meu potencial energético.
Seu Borges:
- Olha, neste momento, eu só preciso das três cópias.
Fabiana:
- Com certeza. Mas antes vamos discutir meu futuro...
Seu Borges:
- Futuro? Que futuro?
Fabiana:
- É que eu sou ambiciosa. Já faz dois dias que eu estou aqui e ainda
não aconteceu nada.
Seu Borges:
- Fabiana, eu estou aqui há 18 anos e também não me aconteceu nada!
Fabiana:
- Sei. Mas o senhor é hands on?
Seu Borges:
- Hã?
Fabiana:
- Hands on....Mão na massa.
Seu Borges:
- Claro que sou!
Fabiana:
- Então o senhor mesmo tira as cópias. E agora com licença que eu vou
sair por aí explorando minhas potencialidades. Foi o que me prometeram
quando eu fui contratada.

....

Então, o mercado de trabalho está ficando dividido em duas facções:

1 - Uma, cada vez maior, é a dos que não conseguem boas vagas porque
não têm as qualificações requeridas.

2 - E o outro grupo, pequeno, mas crescente, é o dos que são admitidos
porque possuem todas as competências exigidas nos anúncios, mas não
poderão usar nem metade delas, porque, no fundo, a função não
precisava delas.

Alguém ponderará - com justa razão - que a empresa está de olho no
longo prazo: sendo portador de tantos talentos, o funcionário poderá
ir sendo preparado para assumir responsabilidades cada vez maiores.

Em uma empresa em que trabalhei, nós caímos nessa armadilha. Admitimos
um montão de gente super-qualificada. E as conversas ficaram de tão
alto nível que um visitante desavisado confundiria nossa salinha do
café com a Fundação Alfred Nobel.

Pessoas super-qualificadas não resolvem simples problemas!

PARA FINALIZAR


Um dia um grupo de marketing e finanças foi visitar uma de nossas
fábricas e no meio da estrada, a van da empresa pifou.
Como isso foi antes do advento do milagre do celular, o jeito era
confiar no especialista, o Cleto, motorista da van.
E aí todos descobriram que o Cleto falava inglês, tinha informática e
energia e criatividade e estava fazendo pós-graduação... só que não
sabia nem abrir o capô.
Duas horas depois, quando o pessoal ainda estava tentando destrinchar
o manual do proprietário, passou um sujeito de bicicleta.
Para horror de todos, ele falava "nóis vai" e coisas do gênero.
Mas, em 2 minutos, para espanto geral, botou a van para funcionar.
Deram-lhe uns trocados, e ele foi embora feliz da vida.

Aquele ciclista anônimo era o protótipo do funcionário para quem as
Empresas modernas torcem o nariz: O QUE É CAPAZ DE RESOLVER, MAS NÃO
DE IMPRESSIONAR.